O que importa de uma ferida é a cicatriz
(Jacques Lacan)

Maria Argentina Húmia Dórrio
Psicanalista Lacaniana participante da
Escola Brasileira de Psicanálise/
Associação Mundial de Psicanálise
O mundo atual nos desafia de uma maneira que nunca poderíamos imaginar. Tudo se torna cada vez mais automatizado, as relações humanas cada vez mais superficiais e pouco pacíficas. No entanto, o grande avanço tecnológico que estamos presenciando, parece nos dizer que tudo é possível, mascarando o sofrimento que esse atual estado de coisas, certamente, pode nos causar. Vemos acentuarem-se os sintomas de depressão, ansiedade, angústia, isolamento, pânico, cansaço extremo, histeria, fobias e obsessões. Se chegamos a perder algo ou alguém, não há mais tempo, sequer, para que se transite o luto. Em minha experiência como psicanalista, ao longo de 12 anos, quando falamos e somos ouvidos em nossa singularidade, sentimos um imenso alívio da dor psíquica e essa experiência única, pode nos levar a mudanças decisivas frente à vida. Como dizia Lacan , doenças são palavras não ditas. Então, vamos deixar falar o sintoma que nos coloca em desvantagem e que é chamado de nossa "desordem". Sim, vamos falar disso, dizia Lacan, vamos prestar atenção ao que o sintoma nos diz, não para aceitá-lo como uma fatalidade, mas para domesticá-lo e transformá-lo.
Estou disponível para agendarmos uma sessão por meio do Google Meet, ou outra ferramenta de sua preferência, na qual você será recebido em um ambiente seguro, sigiloso e acolhedor.
Nessa primeira consulta poderei lhe falar de como funciona, valor da sessão e qualquer outra dúvida que possa ter.

O POTENCIAL TRANSFORMADOR DA PSICANÁLISE
Uma análise permite que se abandone tudo o que nos impede de viver de uma forma melhor, levando a encarar a vida com maior leveza e que pode conduzir a mudanças decisivas. Por meio da fala, pode-se explorar tudo o que é inconsciente e, portanto, desconhecido para nós mesmos. Desconhecemos nosso inconsciente, mas é ele que está no comando de nossas atitudes e que nos move a repetir padrões de comportamento, a cair sempre nas mesmas armadilhas e a sofrer, muitas vezes, pelas mesmas razões. Ao falarmos, o inconsciente se revela por meio de lapsos, esquecimentos, sonhos, chistes (piadas, brincadeiras) e a livre associação de ideias. A associação livre se dá quando estamos falando de alguma coisa e, repentinamente, passamos a falar de outra, completamente diferente. As ideias são diferentes, mas estão ligadas uma à outra e revelam conteúdos inconscientes dos quais nem desconfiamos. Quando, por meio da análise, estes conteúdos são decifrados, passamos a saber porque sofremos tanto e ficamos presos a uma determinada posição frente à vida. É esse saber que vai nos permitir uma mudança, tendo-se assim acesso a uma vida mais plena e prazerosa.
O QUE É UM PSICANALISTA
A formação de um psicanalista não se dá academicamente. Ele vem das mais diversas áreas do conhecimento, principalmente, humanísticas. O que faz um psicanalista é sua própria análise (pilar central), a supervisão de sua clínica e estudos ao longo de toda a vida junto a outros psicanalistas e instituições de psicanálise nacional e mundialmente reconhecidas. A psicanálise vem sido extremamente divulgada nos últimos anos e é preciso evitar armadilhas que possam levar pessoas fragilizadas a sentirem-se ainda pior. Qualquer um que apresente um diploma que o "autorize" a ser um psicanalista, age em desacordo com a Ética da Psicanálise. Um psicanalista segue uma ética rigorosa e é reconhecido por seus pares.
O sintoma de um sujeito particular é uma fala, fala amordaçada, inconsciente para o sujeito. O modo de abordagem psicanalítico consiste em elaborá-lo pela particularidade da história desse sujeito, e é sobre isso que é preciso se deter. "Uma fala inconsciente", ouvimos dizer. Também aí intervém todas as ambiguidades psicológicas. Não se trata do caráter negativo: "Isso não é consciente". O que o homem que introduziu essa palavra quis dizer com "inconsciente" é que o sujeito falante, enquanto falante, ultrapassa e extrapola em muito o sujeito consciente. Porque o sujeito fala, ainda que não saiba absolutamente nada sobre isso, com ele todo, com sua pele, com sua carne, com seu modo de tropeçar, de cometer um lapso de língua, com sua forma de se comportar na vida para que tudo sempre acabe mal. Esse é o sentido, o único sentido que pode ter o que Freud chama de "pensamentos inconscientes"
O SINTOMA, O INCONSCIENTE, A FALA
(Jacques Lacan)
